terça-feira, 24 de setembro de 2013

Art. de Agosto para Mãe Ideal - Educar para a autonomia


Educar para a autonomia
 

Chega um dia em que fazemos o teste de gravidez e....... dá positivo. Vamos ser pais!
Não sei descrever com exactidão o que sentimos, felicidade, receio, ansiedade, orgulho, sei lá, posso dizer com exactidão que é uma onda de emoções umas melhores, outras piores.

O dia chega e o nosso filho nasce, parte de nós, parte do casal vê a luz do mundo.
A primeira grande decisão é sem duvida o nome, se por um lado o gosto e preferências dos pais, padrinhos, avós contam e muito, não nos podemos esquecer que aquele nome vai ser a identidade do nosso filho, aquele ser humano não vai ser o filho ou o neto da A ou B mas vais ser o Paulo ou o Hipólito, a escolha deverá ser já a pensar no ser humano, no cidadão que ele irá ser, ou seja, devermos escolher o que em boa fé consideramos ser o melhor para ele.

Dia após dia a nossa vida como pais, educadores vai passando onde a miude fazemos este tipo de decisões por eles mas principalmente para eles.

A idade em que irá para a escola, para que escola, qual o desporto que vai praticar, com que idade deverá aprender a nadar, deve ou não aprender música, etc,etc,etc.
Educar não é trilhar caminhos pelos nossos filhos mas sim desenhar limites para que eles vão criando o seu próprio caminho.

Assim sendo a autonomia é um tema que na educação é sem duvida de grande importância, senão vejamos, quem tem ou teve uma criança entre os 10 e os 14 meses sabe que há um dia que ele levanta-se agarrado a um armário ou a uma mesinha e com ar determinado decide dar um passinho, nesse minuto revemos todas as mobílias pontiagudas que estão na àrea, esticamos os braços prontos para o amparar na queda e ainda conseguimos desejar com todas as nossas forças que nada de mal aconteça e que se ele cair... Que não bata com a cabeça. Mas a verdade é que temos de o deixar dar esse passo, temos de estar ali para o acompanhar mas não podemos impedi-lo de aprender a andar pois vai ser essencial para a vida dele.

Nesta fase, estarão a perguntar , o que é que isso tem a ver com a educação financeira?

Muitos pais acham que falar destes temas de dinheiro é estar a tornar os seus filhos materialistas, mas a minha pergunta vai noutro sentido:

O seu filho quando crescer vai ter de usar o dinheiro?

Se a sua resposta é sim então como em tudo comece cedo, pouco a pouco e com linguagem de acordo com a idade do seu filho.

Uma das maiores dificuldades que sentimos quando temos de gerir o nosso orçamento é sentirmos que o dinheiro não chega para tudo, ou seja que temos de fazer opções.

Uma criança de 3 anos percebe bem o que é ter de escolher, aproveite quando ele pede duas coisas explique-lhe que temos de fazer opções, não podemos ter tudo, e aqui não é uma questão de ser caro ou barato, de podermos ou não comprar, tem única e exclusivamente a ver com educação. É importante as crianças aprenderem a lidar com a escolha, com o terem de decidir e ao mesmo tempo terem de abdicar de alguma coisa, associado a este episódio estamos a educar a frustração, a rejeição, e outros sentimentos que não "adoramos" mas que é essencial aprendermos a lidar com eles.

Quando falamos de crianças com mais de 6 anos os pais têm na semanada ou mesada (para crianças com mais de 10 anos) um excelente instrumento para trabalhar a autonomia financeira dos vossos filhos. No fundo este valor vai ser o ordenado deles, devem associar a eles algumas obrigações que devem ser cumpridas para eles receberem o valor combinado e principalmente estejam presentes na vida dos vossos filhos e acompanhem-nos.

Eles vão tomar decisões erradas que nós adultos estamos mesmo a ver que vai dar asneira, mas o que é que pode acontecer de pior? As necessidades deles ainda são asseguradas por vocês, pais, por isso vão ficar chateados, tristes e até zangados mas para a próxima vez irão usar esta experiência para decidirem melhor e com mais responsabilidade.

Uma grande parte dos jovens adultos da nossa sociedade não foram educados financeiramente até à idade da faculdade ou de começarem a trabalhar, ou seja, até esse dia o dinheiro vai aparecendo quando é preciso, eles aprendem que se souberem pedir hoje têm isto amanhã têm aquilo, e na verdade vão tendo tudo sem grande esforço, e a maior parte dos pais ainda os define como muito poupados porque não são de pedir muito. A questão não é essa, educação financeira é muito mais do que dinheiro, é ter um valor limitado de dinheiro e escolher o que é prioritário, é criar planos para conseguir alcançar os objectivos, é sabes esperar, é valorizar o que temos, e educar para a autonomia com uma forte base de valores humanos e solidários.

O dia que o nosso filho nasce é inesquecível e o amor que sentimos por aquele ser é vitalício por isso aplique-se na educação dele, em lhe dar amor, apoio e em dar-lhe os instrumentos necessários para que ele seja um cidadão autónomo, responsável e solidário para com o outros bem como para consigo mesmo.

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