segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Educação Financeira - Educar para autonomia (parte 1)

“Temos de ensinar as crianças a poupar” – esta é a frase que mais ouvimos nos discursos sobre educação financeira.

Educação financeira é muito mais que isso. No decorrer de sessões de economia doméstica que concluímos que todos queremos poupar mas não sabemos como.
Educar financeiramente as crianças e jovens vai para além de dizer-lhes que têm de poupar. Temos das ensinar a usar o  dinheiro.

Comparemos a educação financeira à tarefa de ensinar uma criança a usar uma faca
Começamos com uma faca sem serrilha quando é mais pequena e “vamos afiando" a faca com o desenvolvimento da criança, nunca esquecendo de a ensinar que:
- não se pode pôr a faca na boca,
- não se abana a faca no ar enquanto falamos,

mas não nos podemos esquecer de explicar o que é, onde está, e para que serve a serrilha da faca, certo?
Se não o fizermos, a criança vai saber o que é uma faca, que não a pode pôr na boca, etc, mas não a vai saber utilizar para a sua função base que é cortar a comida.
E nós continuamos a cortar a comida por eles porque é mais seguro, mais rápido.

Na educação financeira que actualmente se faz em portugal os pais continuam a cortar a carne às crianças e jovens.

A verdade é que por mais que nos custe, educar é ensinar e fazer as coisas e não fazê-las por eles.

Educação Financeira não é só... Poupar

Fica esta pergunta no ar:
Como é que os pais estão a educar financeiramente os seus filhos?

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Setembro, início de mais um ano letivo

Setembro é normalmente um mês financeiramente complicado. É o material escolar, a roupa para a escola, os livros, ou seja, diversas despesas extras.
Despesas extras? O ano civil não costuma ter o mês de Setembro? O ano letivo não costuma começar em Setembro? Alguém descobriu em Agosto que tinha filhos e decorrente desta descoberta teria despesas extras em Setembro?
Acho que podemos concluir que as despesas de inicio de ano letivo não são despesas extras do mês de Setembro, mas, simplesmente despesas de Setembro, tal como o seguro automóvel é uma despesa de Novembro, a prenda de aniversário da mãe é uma despesa de Abril.
Então despesas extras são as despesas que não estavam previstas no nosso orçamento familiar e por isso terão de ser pagas pelo nosso fundo de emergência familiar.
O fundo de emergência é o valor (normalmente 3 a 6 meses de rendimento familiar) que é colocado de lado com a função única e exclusivamente de fazer face aos imprevistos e surpresas que a vida nos apresenta. Por exemplo, uma avaria do automóvel, um electrodoméstico que avariou ou uma situação mais complicada, mas possível, uma baixa médica de um mês por causa de um pequeno acidente. Isto são surpresas que a vida nos reserva que consequentemente têm influencia no nosso orçamento familiar ou porque aumenta as nossas despesas (avaria do automóvel) ou porque reduz o nosso rendimento (baixa médica).
Sendo as despesas de inicio do ano letivo um tema que diz muito às nossas crianças então aproveitemos esta oportunidade para educar financeiramente.
“Educar é partilhar experiências”
O primeiro passo para educarmos financeiramente os nossos filhos é envolvê-los nas situações do nosso dia a dia que consideremos benéficas para a sua aprendizagem, as compras do inicio ano letivo é uma excelente oportunidade.
Antes de avançarmos as compras propriamente ditas temos:
1º Arrumar o material do ano anterior, verificar o que pode ser reutilizado e o que é necessário adquirir. Esta tarefa dever ser sempre feita com o envolvimento da criança, com esta actividade conseguimos transmitir valores e considerações essenciais à sua educação;
2º - Solicite no seu estabelecimento de ensino a lista de material aconselhado, assim comprará o necessário e não o que imagina ser necessário.
3º - Partilhe com o seu filho o valor do orçamento disponível para o inicio deste ano letivo. Supervisione sempre as decisões, mas, dê-lhe espaço de manobra para ele tomar algumas decisões. Valorize o empenho do seu filho para tomar uma boa decisão.
Explique a necessidade e a importância de: fazermos opções; definir prioridades; diferença entre o que necessitamos versus o que desejamos.
Por exemplo:
Inicio do 1º ano do ciclo
É preciso uma mochila, um dossier, lápis, borrachas, etc, a verdade é que a criança com 6 anos ainda não faz contas de somar e diminuir muito complicadas mas podemos fazer por ela e explicar que se levarmos aquela mochila mais cara não poderá levar o dossier que tanto gostou mas se levar a outra mochila que também gosta poderá ter o dossier que tanto adorou e ainda ter o conjunto de lápis com mais cores disponível.
O dinheiro é um recurso finito e de utilização limitada, tenhamos muito ou pouco deve ser utilizado de um modo racional e consciente. A educação financeira deve ser uma preocupação parental desde cedo. A relação das crianças com o dinheiro deverá ser esclarecida e verdadeira se queremos que as nossas crianças venham a ser adultos responsáveis, solidários e valorizando o que têm.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O mundo está a mudar !!!

O mundo está a mudar, ou melhor dizendo, está a precisar de mudar...
A nossa vida profissional esteve sempre ligada à área de consultoria, que por definição é “o efeito de dar consulta ou conselho”.
Primeiro, ligadas à gestão operacional e financeira de empresas e nos últimos 3 anos à gestão das finanças pessoais das famílias.
No decorrer da nossa atividade profissional ajudámos muitas famílias a reequilibrar os seus orçamentos. E tentamos sempre dar dicas e conselhos de como gerir o seu orçamento e como usar o dinheiro.
A verdade é que foram poucos os que mudaram os seus comportamentos em relação ao dinheiro.
Quando fazemos consultoria financeira a uma família podemos considerar que estamos a fazer “medicina financeira terapêutica”. O que a nossa sociedade precisa é de “medicina financeira preventiva”.
É urgente combater a iliteracia das famílias portuguesas. E temos de começar pelas crianças e jovens portugueses. Os futuros adultos em Portugal.
Assim nasceu o projeto “É tempo...”
Este  projeto tem como objetivo base aumentar as competências desde os 6 anos de idade na área da educação financeira.
Acompanhem este blog e venham conhecer um projeto que para além de uma necessidade básica da nossa sociedade é também a nossa missão.
BEM-VINDOS ao projeto “É tempo...”